Comércio aposta em delivery no Dia dos Namorados

Entregas vão desde a comidas doces e salgadas até a vestuário e calçado

Foto: Vinícius de Melo / Agência Brasília

Desde que o governo do estado do Rio de Janeiro passou a adotar regras sobre o isolamento social, um tipo de serviço apresentou crescimento constante, que é o de entregas. De acordo com dados da Associação dos Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), o delivery aumentou em 85% entre março e maio e o número de compras pela internet disparou em 94%. E outro setor que resolveu usar esse serviço para aumentar as vendas no Dia dos Namorados foi o comércio. Desde o ramo alimentício até a área de vestuário.

Motorista de aplicativo, Filipe Araújo se viu obrigado a ampliar o serviço e hoje também transporta encomendas e comidas além de passageiros. Trabalhando em parceria com a confeiteira Cláudia Honoroto, ambos notaram um crescimento nos pedidos durante os dias que antecedem à data voltada para os apaixonados. Fazendo ponto em uma área de muito comércio, o motorista percebeu que a quantidade de motociclistas que fazem entregas aumentou. E os pedidos da boleira também.

"Apesar de não ter focado nas vendas no Dia dos Namorados, notei que houve um aumento. Além de mim, outras colegas confeiteiras também perceberam um crescimento. Acredito que por causa da dificuldade de sair para a rua, muitos optaram pelas encomendas nesse período. Aumentou consistentemente", conta Cláudia.

Cupons virtuais, sites com descontos e WhatsApp como ferramenta

Também tem sido comum promoções exclusivas via WhatsApp, cupons online e sites que oferecem descontos exclusivos para quem quer comprar algo e utilizar o serviço de entregas. Até shoppings recorreram a essa alternativa

Vendedora de roupas e calçados de um shopping, Mairiz Silva contou que o serviço de entregas surgiu por acaso. Com muitos produtos encalhados devido à proibição da abertura de lojas, a gerência em conjunto com os demais funcionários resolveu separar dois dias na semana para o delivery. A fórmula deu tão certo que na semana do Dia dos Namorados o serviço foi ampliado.

"A mercadoria estava toda encalhada na loja, os cliente começaram a perguntar e resolvemos organizar o delivery praticamente de um dia para o outro. Pensamos que a coisa não daria muito certo, mas vendemos muita coisa desde que implementamos esse serviço. A gente faz entregas apenas em dois dias na semana, às terças e quintas. Como as vendas foram muito boas resolvemos fazer uma programação diferente na semana do Dia dos Namorados. As entregas aconteceram todos os dias e também liberamos o drive thru, que é o cliente passar na loja apenas para buscar os produtos. Vendemos demais, muita coisa mesmo. E desde a última semana resolvemos aderir ao drive para impulsionar ainda mais vendas", detalha Mairiz.

Além das entregas e do drive thru, a vendedora utiliza o próprio número de WhatsApp para promover os produtos da loja. É comum os anúncios serem de roupas, calçados e até bonés. Cada produto vendido é entregue em domicílio por um motociclista.

Apesar das ações criadas para estimular o aumento das vendas através do delivery, Mairiz admite um temor de que essa modalidade de serviço não seja suficiente para ajudar o local onde trabalha. Ela revela que a pandemia deixou a movimentação de capital da loja parada.

"Mesmo com o governo federal ajudando com uma verba destinada para quem teve o contrato de trabalho suspenso, as contas da loja não pararam. Infelizmente apenas o serviço de entrega não é suficiente para manter um quadro inteiro de funcionários, pagar os fornecedores e manter o aluguel em dia. Ou seja, há um risco muito grande da empresa que trabalho ter que fechar as portas", analisa a vendedora.